8 de junho de 2010

Não vá à uma festa sem companhia

O mundo está tecnológico. Recordo de quando escutava que ao chegarmos ao século XXI os carros voariam, teríamos máquinas que fariam tudo por nós, robôs domésticos, verdadeira “Família Jetsons”.

Cá estamos, e o que temos? Tecnologia sim, mas não como no desenho animado. Entretanto, a tecnologia esta aí e não vivemos sem ela. Penso como pude viver sem tudo isto. Não só vivia, como vivia muito bem. Mas vivia feliz? Acho que não, mas era mais tranquilo, menos ansioso.


Nas andanças entre trabalho e vida social, frequento diversas festas onde constatar a tecnologia é muito fácil.


Outro dia fui a uma festa, de uma figura importante da sociedade paulistana, onde estavam as pessoas mais influentes, pessoas de muitos segmentos profissionais e as consideradas mais importantes deste país. Entre uma bebida e outra, percebi que 8 entre 10 pessoas da festa estavam por todo o tempo se comunicando via celular, no Facebook, no Twitter, entre outras formas de se relacionar virtualmente. Quase não se ouvia vozes, um silêncio apavorante.


Como tenho celular, mas não nos entendemos muito bem, fiquei observando o quanto estamos reféns da distância. O que se passa a nossa volta nada mais importa. O importante é o que acontece longe. Não gosto disso.


Sinto falta da velha e boa risada, dos papos acalourados sobre inúmeros assuntos. Agora não passa de um "tenho seu telefone" ou "nos falamos depois pelo celular". Hoje é bem mais fácil fechar um negócio sentado em minha sala que conversando no "teti-a-teti" como antes.


Um conselho: quando for à uma festa não se esqueça de levar companhia, não se esqueça de levar seu celular.

13 comentários:

  1. Amigo Sergio.
    Com a tecnologia tudo fica mais facil, mas acho um pouco angustiante, parece que antes era melhor e da saudades, mais temos que aprender a conviver com tudo isso.
    Abraços

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  2. Olá querido amigo,

    Excelente matéria e bem oportuna.

    Sou solidária ao amigo em não gostar disso, do uso contínuo do celular em festas e reuniões sociais, pois terminada uma ligação, logo outra se inicia e quem estiver ao lado fica igual a um poste, totalmente imóvel.

    E, mesmo que dê uma circulada pelo local, será difícil encontrar alguém disponível para um papo legal.

    Fui a uma festa e adorei um cartaz que estava logo na entrada: "Desligue seu celular para entrar". Está certo que era festa de criança, e apesar do "buffet" ser grande, o barulho não permitiria uma longa conversa.

    Não seria ótimo que essa idéia se espalhasse?

    Parabéns pelo post.
    Carinhoso e fraterno abraço,
    Lilian

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  3. Gostei muito da reflexão amigo Sérgio!
    Já presenciei casos de pessoas no trabalho sentarem lado a lado e usarem o MSN para conversar. Nisto surge a questão central do texto: isto aproximou as pessoas ou distanciou? Acredito que aproximou quem está longe, mas pode afastar quem está perto. Temos que estar atentos a isto.
    E com a video-conferência proposta pelos novos celulares, como o iPhone por exemplo, creio que as distâncias serão ainda mais reduzidas... porém o contato presencial deve reduzir junto.
    Gostei de refletir sobre o assunto que trouxeste de uma forma muito original.
    Grande abraço, Fernandez.

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  4. Olá Sérgio ,
    Também já observei este fato .
    Olhar alguém nos olhos é uma arte perdida na nossa sociedade, e eu culpo muito disso a popularidade espantosa do telefone celular . Atender o telefone em certos lugares é terrível , eu acho grosseiro, mas não se compara a esta obsessão com SMS.
    Uma conversa face a face com alguém, ainda é bastante agradável
    Eninha.

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  5. Sérgio: Adorei o seu texto! Nesse último apagão que tivemos no Brasil, eu pensei: Hoje quem tem rádio de pilha, tem tudo, desde que tenhas as pilhas (se recarregáveis, recarregadas). O meu celular tem rádio, mas estava com a bateria descarregada. Depois eu soube que algumas pessoas conseguiram se comunicar no Twitter via celular. Mas eu fiquei numa ótima com o meu radinho de pilha. Beijão da Lu.

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  6. Olá Sérgio!
    Eu adoro celular..preciso dele para me comunicar rapidamente, ou para marcar encontro com meu marido,quando eu termino de fazer o que ia fazer em uma rua ou local e ele, então pode me encontrar para irmos embora. Sinal de que cada um foi para seu lado, fazer o que precisava fazer. Em parte é prático,por outro lado...
    Bem, já comentei por aqui.Não gosto de falar ao telefone. Prefiro e tenho saudades de conversar olhando nos olhos, sorrir, abraçar quando necessário e isto, a gente só pode fazer, pessoalmente.
    Gostei muito do texto.
    Abraço,Vera.

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  7. Olá Sérgio,

    É bem assim mesmo. Creio que agora chegamos no tempo de se aprender a viver com a própria companhia, algo que pode ser um desafio para muitos.

    bjs

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  8. Bem vindo a Era digital
    Se acha que isto está ruim Sergio?
    Espera até lançarem a roupa inteligente.
    Eu bloguei isso a um tempo, onde a roupa ira perceber como nos sentimos e atraves de sensores, ela enviara cheiro/som/imagens, para nos sentimos melhor
    É mole?
    Cara eu mesmo ja desisti de chamar gente pra sair, vou a algum lugar sozinho, e volto sozinho, o povo virou refem da comodidade

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  9. Oi Sérgio!
    Adorei o seu texto! Para mim essa tecnologia toda tem a perda do contato mais "humano" (digamos assim),porém me aproxima, mesmo que "friamente" daqueles que estão longe de mim, como a minha família...Hoje dependo dessa tecnologia para poder conversar a qualquer hora com o meu irmão no RJ, meus pais no interior de SP, a família do meu marido no RS...Ok, o telefone também possibilitava isso, mas era apenas voz...Hoje posso vê-los e acompanhar as suas mudanças (crescimento da sobrinha, corte de cabelo da cunhada (rs), ver o sorriso de alegria dos que amo). Vivemos numa época de pressa e urgências (não sei bem pra que e nem por quê) mas estamos abreviando os contatos próximos e resumindo em simples e-mails. Concordo que perdemos, inclusive, a oportunidade de trocar o calor humano...esse sim tem feito tanta falta!!!
    Grande abraço,
    Jackie

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  10. Sabe que eu custei a ter um celular? Depois, com o tempo, o serviço exigiu e cá estou eu, com três chips, um celluar com muitos botões e finalidades e em frente ao pc uma boa parte do meu tempo.

    Mas, nas fugidinhas deste "metiê", largada desta tecnologia pra ir pro mato, ora acampar, ora apreciar a natureza, o saborear das corredeiras do rio me deparo, às vezes, com um bom papo. Noutras, boas companhias. E em uma boa parte, é silêncio mesmo. Porque a tecnologia chegou na roça para poucos. E as informações também.

    Daí, mesmo que eu não queira, dois mundos se formaram. E são muito distantes um do outro.
    Às vezes falamos grego um para o outro.

    Gostei do seu texto na forma com que abordou a questão da companhia. Das boas companhias.

    Valéria

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  11. Concordo com voce. Em tudo que lugar que eu vá eu vejo a mesma coisa. Já vi numa mesa de jantar, em restaurante, todos falando ao telefone e nada entre eles. Eu vivo observando isso e acho apavorante. É voce tem razão. Vou de sua companhia da proxima vez, vamos rir um bocado de tudo que vamos perceber.

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  12. Saudações Fraternas!
    Amigo Sérgio, a sua leitura é originalíssima, e a recomendação está mais que correta, é quando o virtual pode até preencher o real!
    Parabenizo-o por mais um mágico post!
    Abraços,
    LISON.

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  13. Estamos nos aproximando dos mais distantes e nos afastando dos mais próximos, entre estes, os nossos próprios familiares.

    Como está na postagem, com o uso do celular é comum, em qualquer local, o desprezo à companhia presente para que se possa dar atenção a uma figura distante.

    Dentro de casa, pelo computador, pais e filhos se conectam a amigos distantes, deixando de lado o convívio familiar.

    Não acho isso legal!

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