31 de maio de 2010

Bullying: não é brincadeira, não é crime

Crime ou brincadeira? É bullying.

Nesses dias, em Minas Gerais, a Justiça condenou os pais de um aluno de uma instituição de classe média alta de Belo Horizonte a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma colega de classe pela prática de bullying. O jovem de 15 anos havia ofendido a colega pelo fato de esta se relacionar com outras, que eram classificadas pelo estudante como lésbicas. A menina também recebia apelidos e insinuações por ter começado a namorar um colega mais rico.

Os responsáveis pelo estudante disseram que brincadeiras entre jovens não podem ser confundidas com a prática de bullying, mas o juiz Luiz Arthur Rocha destacou que, apesar de ser um adolescente e estar em fase de formação, há um limite de conduta.

Para considerar comprovada a existência de bullying, o magistrado observou que o dano moral decorreu diretamente das atitudes inconvenientes do menor estudante, no intento de desprestigiar a estudante no ambiente colegial.

Bullying, palavra de origem inglesa sem tradução para nós, virou uma epidemia que já aterroriza a comunidade educacional de diversos Estados. Ela é usada para definir uma situação na qual uma pessoa deliberadamente atormenta, hostiliza ou molesta outras de forma repetitiva, podendo ser traduzida como amedrontar, intimidar, etc.

A prática começou na década de 70, na Suécia e Dinamarca, e se intensificou na Noruega, na década de 80. No Brasil, por conta disso, no interior paulista um jovem obeso foi motivo de chacota durante toda a vida acadêmica. Não suportando mais as humilhações abriu fogo no pátio da escola contra 50 estudantes, ferindo 6 deles, suicidando-se em seguida.

Atualmente, na Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins tramita um projeto do deputado e presidente da Casa, Júnior Coimbra (PMDB), para que seja instituído o programa de combate ao bullying, de ação interdisciplinar e de participação nas escolas públicas e privadas do Estado.

Alguns educadores entendem que é importante não criminalizar nem banalizar o bullying. Este não é crime, mas não é brincadeira e tem consequências, algumas graves.

*Com informações do Conjur

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12 comentários:

  1. Muito interessante tua matéria, vale a pena ler e indicar.
    Eu sofri bulling até por parte de professora, aos 7 anos de idade, eu não entendi algo e ela me chamou de preguiçosa...nunca esquecí, ainda mais que os colegas se acharam no direito de me apelidarem.
    As crianças são crueis na questão das diferenças.
    Acredito que bem poucas crianças não tenham passado por isso antigamente, acredito que a diferença nos dia de hoje estão no quesito valores e participação ativa dos pais na vida dos filhos.
    Meu carinho
    Silvana Marmo

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  2. Olá!
    Tudo bem?
    Meu querido, belo post.
    Realmente, não pode ser oito, nem oitenta.
    Há que se tratada corretamente, responsanbilizando, impondo limites e educando, a todos.
    Grande abraço.

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  3. Isso sempre existiu!Mas,como foi dito,ganhou este nome lá pelos anos 80.Isso é opressão social que,indiretamente a nossa cultura desumana passa.Tem esse nome baseado em "touradas",quando um ou vários "matadores" castigam um animal até a morte.Às vezes o touro ganha,e aí vemos esses casos de um "maluco" que sai atirando em colegas e professores!
    A culpa disso? 1°a Sociedade,depois alguns tipos de "pais" da espécie "Apanhou? vá lá e bata!" Quem de nós é assim?

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  4. Nossa, entao quer dizer que, aqueles atentados horriveis ocorridos por intermédio dos proprios alunos, eles matarão os colegas por causa do bullying? Eles não poderiam ser classificados como psicopatas tambem?

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  5. Não creio que possam ser considerados psicopatas. Não entendo do assunto, mas acredito estarem mais ligados a disturbios sociopáticos em decorrência da violência que sofreram. Existe uma sensível diferença entre os quadros.

    Um forte abraço!

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  6. Acho esse tema muito importante, por isso tenho dois posts no meu blog sobre o assunto. Se achar interessante passa lá http://dinisil.blogspot.com

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  7. Esse é um assunto que precisa ser divulgado para que as pessoas tenham mais cuidados e vigiem seus filhos para que não pratiquem. Aqui no RS saiu uma lei que responsabiliza a escola que não tiver tomado medidas contra o bullyng.
    Consultor

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  8. Oi Sérgio,

    O bullying na escola é um fato que precisa da atenção dos pais e educadores. Mas sabe que sempre que leio artigos sobre este assunto em português vejo que o tema é tratado como se só acontecesse entre estudantes, crianças, adolescentes e jovens, sendo que o bullying acontece o tempo todo no mundo adulto. Acho que justamente pela falta de uma tradução da palavra há uma dificuldade em seu entendimento. Há o bullying no ambiente de trabalho, há o bullying na família e nas relações pessoais. Lembre que o bully adolescente irá crescer e se transformar num bully adulto que poderá infernizar a vida de esposa, filhos, parentes, amigos e colegas de trabalho.

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  9. Por 3 anos eu briguei sozinha contra a escola onde hoje minha filha estudo, eu precisava muda-la de turma, pq achava que podia estar sofrendo bullying. Uma das atitudes dela era não querer ir à escola, fazer escandalos para nao ir e dizer odiar a turma. Finalmente consegui. Neste ano que ela mudou de turma, uma das crianças mais encrenqueiras da antiga turminha, saiu !!! Descobri na semana passada que muitas mães se sentiram "aliviadas", ninguem disse nada antes. Só que era uma "turma da pesada". Espero que agora minha filha tenha um pouco de paz.

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  10. Oi querido Sergio

    O bulllying cada vez mais está inserido em nossa sociedade,Fiz uma postagem falando de bullying no ambiente de trabalho, que as vezes é confundido com assedio moral.Mas temos que combater o bullying, pois os danos causados para quem sofrem, são muitos, podendo deixar a pessoa com vários transtornos ou até causar depressão.
    Muitas pessoas ainda nao sabem o que é bullying,pois é algo um pouco novo ainda no Brasil, temos que conscientizar ,principalmente os pais, para que seus filhos não sejam causadores e nem vitimas.
    Bjs no coração

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  11. Olá Sérgio!
    Acho que isto sempre existiu,porém nem era nomeado, ou as vítimas nem falavam ou não tinham quem as defendesse, porque não se dava o devido valor para as consequências. Entendo isto como uma "crítica somada ao ato de desmerecer, ou caçoar", que ocorre de forma acirrada, repetida por uma só pessoa ou somada a outros, pesando sôbre a pessoa que a sofre, de modo que ela até pode perder a auto-estima, sentir-se insegura, menosprezada e, por aí vai para consequências piores. Em se tratando de crianças,é ainda pior e os professores deveriam ser orientados para ajudar dentro de classe.
    Uma vez vi um programa que mostrava jovens numa escola, reunidos em círculo, onde psicólogos davam apoio e incentivavam um dos alunos a falar de como se sentia mal com alguma coisa que estava acontecendo com ele, em relação aos outros alunos, sem citar nomes. Um dos adolescentes começou a falar o que o deixava triste e fazia com que se sentisse mal e porque. Outros se sensibilizavam e também falavam de si. Sabe, acho que é uma boa saída, sob orientação fazer isto em classe, pois a maioria se sente mais unida ao ver que "todos temos sentimentos e que nos magoamos com excesso de crítica e brincadeiras idiotas". Era permitido que algum aluno se levantasse e abraçasse o que havia terminado de falar, se este fosse o caso. Foi emocionante de assistir. É mais ou menos o que fazemos entre os amigos...no dihitt... E há adultos que agem assim em seus relacionamentos,talvez porque tenham sofrido isto, em crianças. È triste!
    abração,
    Vera.

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  12. dizem nao para o bullyng.............................................................................................

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