30 de abril de 2010

A segurança de um seguro saúde

Quando não temos convênio médico, somos taxados de loucos. Se temos, ficamos à beira de um ataque de nervos. Amigos indagam: o que fazer em caso de doença sem um convênio? Então você resolve fazer um convênio médico, sai de casa e diz para sua esposa: "vou fazer um seguro saúde para nossa família". Ela exclama: "pela primeira vez você pensa na família e não só em você mesmo!"

Com este suposto incentivo você sai de casa, estufa o peito e pensa: "minha família estará protegida. Este é o meu dever. Proteger e defender o meu lar!" Quem o atende fala sobre as vantagens do convênio. Você faz o convênio. Cuidado, você pode estar fazendo um ‘Convênio com a Morte’.

Por que seguro saúde? O seguro saúde só o aceita se você tem saúde física e financeira. Uma vez pagando você garante a saúde financeira do seguro saúde, você é bem-vindo.

Mas se você adoecer vai descobrir que assinou um ‘Convênio da Morte’, pois negarão todos procedimentos da medicina ética para salvar sua vida, para salvar a saúde. Negarão tratamentos quimioterápicos e radioterápicos para o câncer, exames diagnósticos que poderiam salvar sua vida jamais serão feitos ou demorarão um tempo em que a morte pode chegar.

Proponho que se mude o nome de seguro saúde para seguro doença. Quem sabe, assim, os doentes serão assistidos e tratados com dignidade. A saúde pública é um holocausto, o SUS é o maior convênio da morte que a população está submetida. Pagamos impostos, mas esse dinheiro é desviado para compensar tributos de (ir)responsabilidade fiscal de outras secretarias. Pessoas ficam na fila noites e madrugadas para marcar consultas depois de meses e, quando marcam, o médico não existe ou só tem exame para dali a seis meses.

Aposentar-se no Brasil é suicídio! Depois de pagarmos impostos extorsivos, quando precisamos de atendimento e de medicamentos, que por direito constitucional devemos receber, eles não são comprados por um ato insano de secretários de saúde.

Façamos um Convênio com a Vida, sejamos mais humanos com os outros seres humanos. Proponho que façamos com o humano o que é feito com o animal, que é tratado em pet shop com carinho e humanidade. Criemos o ‘Humano Shop’, que sejamos tratados como animais que somos, mas com compaixão. Chico Buarque canta: "chame o ladrão". Quando adoeço penso: "chame o veterinário". Quero ser internado em um pet shop, sou um cachorro vira-lata. Quero ser tratado como um.

10 comentários:

  1. Olá amigo Sérgio!
    Adorei a reflexão da "Humano Shop". Realmente é um absurdo esta questão de saúde. O pior é que estes convênios fazem aumentos abusivos a medida que a pessoa envelhece, praticamente expulsando as pessoas do plano de saúde.
    Excelente artigo.
    Forte abraço, Fernandez.

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  2. O texto retrata a realidade da saúde no país, onde o grande lance é ter saúde, senão...

    Quando o sujeito realmente precisa do seguro é que vai perceber que está desprotegido, e na maioria das vezes só consegue o atendimento necessário através de uma ordem judicial, isso, claro, para aqueles que podem pagar um bom advogado, os que não podem entregam a sorte nas mãos de Deus!

    Nós realmente precisamos de um "Convênio com a Vida", mas isso só acontecerá quando a vida for respeitada no Brasil, o que depende de uma legislação mais apropriada ao cidadão, coisa que só pode ser feita pela classe política. Pronto! Acabam aí as nossas chances de uma vida com saúde!

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  3. Olá Sérgio!
    Infelizmente o que você disse é apropriado para a realidade, o que é lamentável,não é? Em Santa Catarina, quando eu ainda não tinha seguro "saúde", pelo SUS,fiquei esperando 10 meses para ser atendida por um ortopedista! Médidos e pessoal de enfermagem pós cirúrgica ou de Emergência, de alguns hospitais, são heróicos por trabalharem em Hospitais,às vezes, com tão pouca condição de atendimento. E nós, o que somos ao entregar nossa vida para uma cirurgia de importância, num destes hospitais? Suicidas? Isto me revolta tremendamente!
    Acho que deveria ser obrigatório que todo político fosse obrigado a ser atendido no hospital da região de sua área de atuação, não acha?
    Abraço,Vera.

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  4. Quando adoeço penso: "chame o veterinário". Quero ser internado em um pet shop, sou um cachorro vira-lata. Quero ser tratado como um.

    apenas a nossa realidade......por isso não faça nada..

    Fiz 3 cirurgias do coração no INCOR, pelo SUS..e nada absolutamente a reclamar...
    mas, pelo meu plano de saude UNIMED, não poderia..so pagando taxas...
    fiz pelo sus e fui super bem atendida...

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  5. Sérgio.
    Suas reflexões são pertinentes, e satirizam a condição humana tão desvalorizada, nós nos acostumamos a não amar nem a nós mesmos, quanto mais ao nosso próximo, esse é primeiro princípio cristão, o amor. Você retratou muito bem, que a nossa maior carência não de recursos, mas de solidariedade, pode faltar dinheiro, mas tem que sobrar ternura.
    Eduardo Dusek, em sua canção "rock da cachorra" dizia: "troque seu cachorro por uma criança pobre". Quando voltarmos a respeitar a vida humana como se deve, com prioridade, então também respeitaremos todas as outras vidas.
    Fique com Deus.

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  6. Olá Sérgio,

    A tua reflexão é muito pertinente. Penso que quando fazemos um seguro de saúde, temos que ter muita atenção a todas as clausulas para não estarmos a comprar gato por lebre. As seguradoras nunca perdem dinheiro. Este é um facto. De uma maneira geral as coberturas são muito badaladas, mas o que não é coberto aparece nas excepções em letras invisíveis.

    Por cá, os reformados não podem ter seguro de saúde. Ou se alguma seguradora o faz é uma perda de dinheiro para o segurado, uma vez que esse seguro não irá cobrir doenças do coração, próteses, internamentos, etc. Sei dessa situação porque o meu sogro cancelou o dele quando se reformou.

    Abraços
    Luísa

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  7. Oi amigo Sergio

    Excelente texto.Acho que o seguro saude é a unica coisa que a gente paga para não querer usar, é um paradoxo ein.Tanto na saude privada ou publica a um descaso muito grande em relaçao a como se trata um doente.Eu mesma já fui para uma emergencia num hospital particular e o medico nem se quer olhou para minha cara e ja foi logo me receitando uma injeção, sendo que tive alergia a essa injeção e na me contive, voltei la em sua sala e disse que ele deveria ser mais humano e que olhasse olho no olho e tivesse mais respeito com os pacientes e ele me respondeu que infelisemnte estava numa emergencia e que nao podia tratar todos os pacientes como se estivesse no consultorio dele, ai respondi, voce fez um juramento para cuidar das pessoas independente do local que se encontra.Ele ficou perplexo e quando sai as pessoas me aplaudiram, porque nunca ninguem teve coragem de falar aquilo para esse arrogante medico.

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  8. Realmente os planos de saúde gostam muito quando somos jovens e não usamos nenhum dos serviços, quando ficamos velhos querem cobrar mais e atender menos, esquecem que ficamos anos pagando praticamente se usar.
    VivercomSaúde

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  9. Sinceramente não é a solução optar pôr atendimento semelhante aos animais. Ali se deixa uma fortuna para ser atendido.

    Mas o tema é importante e atual.
    Buscar assistência em planos de saúde é quase jogar no escuro.

    Trabalhei por dois anos como secretária do Dep. Médico da Golden Cross (casualmente com um problema de um segurado no Fantástico de ontem).
    Ali o que mais se via vinha do próprio usuário.
    As pessoas não lêem o contrato que estão fazendo.

    Não prestam atenção que a maioria dos casos não tem cobertura por serem anteriores ao contratado.

    Infelizmente se é assim que nos trazem Planos de Saúde, que se leia atentamente para não cair numa arapuca.

    Beijos, Maria Marçal - Porto Alegre - RS

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  10. Olá Sérgio:

    Num pais pobre como o Brasil...

    No brasil não tem lei para colarinho branco, assim se o banco do bacana quebra, o governo cobtre.Isso porque já tem um dimdim garantido a toda a quadrilha no exterior.

    No caso de previdência privada, não dá nem para falar, o Banco Central deveria cobrir planos falidos. fora isso, eu acho que o brasileiro tem que aprender a fazer sua própria previdência.

    No caso da saúde, haja perquisa, mesmo assim há risco, mas é preciso achar um plano que já tenha atendido muitas pessoas, o melhor, mesmo correndo risco.

    Há convênios particulares, onde a pessoa paga para o próprio médico, esse é interessante, desde que o médico seja de boa índole, naturalmente.

    Que Deus nos ajud


    ABS

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