2 de fevereiro de 2010

Um novo conceito de relacionamento e amizade

À sua volta existem pessoas que se identificam com você?

Dizem que o ser humano não pode habituar-se só e isso é uma grande verdade. A existência torna-se mais simples, quando temos a companhia de alguém, que nos auxiliam nos períodos difíceis ou meramente nos fazem companhia durante ou após o horário de trabalho ou estudo.

Entretanto, existem momentos em que nos vemos completamente sós, sem alguém nem para ao menos saudar com um bom dia. Nesses períodos a vida se torna exaustiva e muitas vezes sem significado. Tentamos nos confortar com os troféus que conquistamos ao longo da vida; de imediato conseguimos algum alívio, mas depois desmoronamos outra vez num profundo vácuo. Entendemos então, que não adianta termos grandes riquezas e muita notoriedade em nossa profissão se não temos um sujeito que nos escute; não para que essa pessoa fique ouvindo nossas conveniências, mas para que possamos imprimir nossos sentimentos e juntos compreendamos que os seres humanos possuem sentimentos muito parecidos, independentemente da posição social ou características físicas. É justamente esse sentimento de unicidade entre as pessoas que abafa a sensação de solidão.

Existem ocorrências de indivíduos que mesmo continuando em um círculo de amigos, continuam se sentindo solitários e excluídos. Existe uma explicação para isso. As pessoas que normalmente se encontram em situação como acima descrita normalmente tem em comum a ocorrência de que, ao se relacionarem com os demais, geralmente procuram satisfazer o próprio ego, fazendo questionamentos e expondo fatos que em geral, pertencem exclusivamente ao próprio mundo em que vive, sem se importar com os interesses dos outros.

Com tais atitudes é difícil manter amizades e mesmo que consiga se relacionar com alguém, esse intercâmbio não deixará de ser uma mera troca de informações superficiais sobre a alma humana.

Pode-se entender que pessoas bem relacionadas, que se evidenciam dentre as demais, falando alto e convictamente frases firmes, em linguagens bem peculiares aqueles grupos sociais a que pertence e geralmente contando vantagens sobre si próprio, ou por vezes criticando outras pessoas, sejam individuos superiores e felizes. Mas é um ledo engano. Pessoas com essa índole, quando são flagradas em momento de solidão, demonstram sua fragilidade diante de estranhos e é possível perceber o quanto é infeliz, vivendo em um mundo mascarado, apenas de aparências.

O ideal é desenvolvermos uma personalidade que se interesse em ajudar o próximo sem esperar nenhum retorno, nem mesmo um obrigado.

Socorrer aqui, não significa unicamente fazer contribuições financeiras, aliás, esse tipo de ajuda, quando não é acompanhada de orientação certa, pode tornar a outra pessoa ainda mais dependente da ajuda dos demais, retardando ainda mais a vinda da felicidade.

A melhor contribuição que um ser humano pode dar a outro, é um instante de atenção. Visitar uma pessoa doente e lhe dizer palavras de encorajamento é muito mais sublime e satisfatório do que doar uma soma em dinheiro a um mendigo, que às vezes pode usar o dinheiro na compra de bebidas e ser atropelado em alguma avenida em razão da embriaguez.

No entanto, novas amizades podem demorar um pouco a aparecer, mesmo com a mudança de comportamento. Para esses casos é recomendável buscar outro tipo de companhia que não sejam seres humanos. Uma ótima opção são os livros. Os livros transmitem os pensamentos e sentimentos de seus autores e é uma excelente ferramenta para compreendermos os mecanismos que permitem as pessoas se relacionarem. Portanto é melhor possuirmos a companhia de um livro, nos transmitindo bons conhecimentos, do que entrarmos em desespero, temendo passar o resto da vida só e nos relacionarmos com pessoas “vazias”, ou de má reputação, comprometendo nossa própria imagem, impedindo no futuro a aproximação de pessoas leais e sinceras.

A melhor maneira de impressionar as pessoas certas é agindo com naturalidade, sem nos preocuparmos com o que as demais pessoas irão pensar a nosso respeito. Assim enquanto estiver caminhando pela rua, apanhe uma lata de refrigerante abandonada no chão e coloque-a no cesto de lixo mais perto. Essa atitude revela uma sensibilidade muito maior do que ficar polindo a lataria do carro na frente de casa, perante os vizinhos.

Seja o que você é e pessoas semelhantes se aproximarão.
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13 comentários:

  1. OLÁ Amigo Sergio!!!

    Falando sério e sem demagogia,este foi um dos textos mais verdadeiro e com teor de sinceridade que já lí neste período ao qual participo do dihitt,você sempre
    nos faz pensar em nossas ações quando posta textos maravilhosos como este!

    Parabéns!!!! Forte abraço,Kacal.

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  2. Olá Sérgio?

    Um post de valor!!!! Gostei! Gostaria de expor uma opinião e fico aberto para críticas, tanto positivas como negativas. Relacionamento para mim é um estar-junto, um identificar com o outro. Mas essa identificação não é conformo o senso comum, ou seja, por gostos semelhantes, mas sua estrutura é baseada nos valores. Ou seja, valores de partilha, fidelidade, lealdade, honra - alguém usa ainda essa palavra? - compromisso, doação, empatia entre outros. Somos criaturas "relacionais" e portanto, possuímos sentimentos e valores em "coletivo" e não no individualismo. Assim sendo, da mesma forma que nos esforçamos para entrar numa USP, FGV, IBMEC, temos que nos esforçar para desenvolver esses valores citados acima, para que possamos ter o prazer não somente com um livro sozinho ou gastando seu dinheiro soado, sozinho, mas com uma pessoa que gosta de você e que te compreende e sabe das suas imperfeições, bem com você tb. É isso não é no mundo platônico do idealismo, mas é uma realidade, pois existe e uma POSSIBILIDADE.

    Abraços
    Gustavo L. Bravo

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  3. Olá Sérgio!
    Gostei muito. Você falou de coisas que realmente acontecem. Concordo com você, se as pessoas quiserem fingir que são uma outra pessoa, nunca poderão atrair amigos que se aproximarão do que ela é de verdade, sob a máscara. Então, ficarão sempre com a sensação de solidão!
    Abraço, Vera.

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  4. Sergio!
    Estou com saudades de ti.

    Esse texto é quase que retirado de meu pensamento e do que considero fundamental para nos tornarmos "receptivos" ao mundo, às pessoas.

    Sempre falo aqui e no meu dia a dia tento agir assim que é preciso ser atencioso, é necessário a troca entre indivíduos seja ela por ações ou por meio de palavras, mas que exista essa sincronia para deixarmos de nos sentir solitários. Automaticamente as pessoas de mesma postura se agruparão e formaremos um batalhão de criaturas vivas, coloridas sem identidade com o preto e branco.

    Adorei essa matéria.

    Puxa, que saudades me deu de ti agora!
    Espero que estejas bem.

    Maria Souza - Porto Alegre - RS

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  5. Saudações!
    Que Post Fascinante!
    Amigo Sérgio, com sinceridade, o seu texto é um retrato de muitos personagens que fazem parte de nosso dia-a-dia.
    Ainda têm alguns, que constroem sorrisos e abraços convincentes como se fosse um feito incontestável de maravilhas, falseando e passando uma segurança inexistente para nós como se jamais estivessem vulneráveis. Somente com o passar dos anos é que nos damos conta da máscara que nos foi vendida.
    Gostei muito de ler o seu texto!
    Parabéns pelo Post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

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  6. Olá Sérgio!

    Gostei muito da tua crónica. Muitas pessoas vivem em corpos como se estes não lhe pertencessem, como se fossem apenas um vistoso papel de embrulho que ostentam orgulhosamente. O seu interior é um presente que nunca será oferecido, partilhado.

    Mas o ser humano é um ser social e mais cedo ou mais tarde a sua máscara cairá. Os relacionamentos têm que ser baseados em valores de base como a partilha, a sinceridade e lisura.

    Abraços
    Luísa

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  7. Olá amigo Sergio!
    O teu texto é muito autentico, verdadeiro e sincero. Nos faz refletir pensar. Parabéns pelo excelente post!
    Grande abraço, Fernandez.

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  8. Olá Sérgio,

    Uma bela reflexão...

    Eu particularmente, quando era adolescente, ficava preocupado em agir de modo que todos aprovassem. Agora, com uma percepção muito melhor e treinada do que deve ser feito, procuro ser o melhor que posso, atraindo para perto pessoas alegres e com sentimentos positivos.

    Grande abraço.

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  9. Este texto é muito sinsero.
    Muito Legal.
    Abraço!

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  10. Sérgio, adorei seu post!
    A maioria das pessoas tenta ser aquilo que ela acha que as pessoas vão gostar, ou, resolvem ser o oposto com o intuito de chocar!
    No entanto, as pessoas que verdadeiramente não são sozinhas com elas mesmas, são aquelas que sabem dar valor ou escutar, não só ouvir, a entender, não só dar conselhos...
    Estas pessoas, são naturalmente elas mesmas, respeitando cada pessoas como ela é... mesmo as que usam máscaras.
    Beijo enorme no coração

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  11. Sérgio,

    O texto está ótimo pelo modo como escreveu, ao mesmo tempo que trás toda uma sensibilidade ao outro, refletida nas suas palavras.
    Destaco esta frase - "A melhor contribuição que um ser humano pode dar a outro, é um instante de atenção" - por entender que ela é o clamor atual explícito no olhar da maioria das pessoas.

    O modo como priorizamos as coisas em nossas vidas hoje em dia poderá nos ecravizar ou proporcionar uma qualidade de vida maior.

    Quando mencionou esta frase - "Visitar uma pessoa doente e lhe dizer palavras de encorajamento é muito mais sublime e satisfatório do que doar uma soma em dinheiro a um mendigo..." - penso ser este o ponto a ser revisto em nossas vidas: investir em tempo para doar ao outro e para se doar.

    Para algumas pessoas, deixar um comentário no blog pode parecer apenas uma coisa virtual, sem nexo, sem sentido, ou algo sem valor. No entanto, tenho observado e percebido que blogar, comentar e receber comentários tem sido uma ponte para esta identificação com o outro.

    Precisava dizer isto.

    Abraço do amigo,

    Antonio

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  12. Sergio, existe uma minudência na minha vida. Eu sempre fui eu mesma, com todos meus amigos. Quem me conhecesse desde meus 05 anos (é, mantenho contato com veeeeelhos amigos) dizem "voce não mudou nada". Só que com o meu ex-marido e a familia deste, eu era outra pessoa, porque eles tudo reparavam, criticavam, não davam oportunidade para eu ser o que sempre fui. Isso me magoava muito, eu sentia falta da minha identidade.

    Eu concordo que algumas pessoas se sintam sós até mesmo quando cercadas de amigos. Podemos estar mal e os "amigos" nem perceberem ou fingirem não perceber. Vivemos numa ilha e somos uma ilha.

    Reportando ao site Dihitt, as pessoas foram e são completamente acolhedoras, eu me sinto muito a vontade e feliz porque posso dizer e ser aquilo que sou e tenho vontade de mostrar.
    Só que eu sei, nós sabemos, que sempre existe aspectos que incultam os valores realmente populares e pessoais.

    Bjs

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  13. O texto é lindo porém na prática não é bem assim, infelizmente.

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