28 de janeiro de 2010

A força dos blogueiros na grande mídia


Charge do Amarildo

Jornalistas acreditam que blogs podem pautar a imprensa

Notícias exclusivas e assuntos diferenciados postados em blogs podem pautar a grande imprensa. É o que os jornalistas reunidos no painel "Jornalismo na rede", na Campus Party, acreditam. Um exemplo é o PEbodycount, blog sobre segurança pública, mantido pelo jornalista Eduardo Machado e sua equipe, que retrata os índices de violência em Pernambuco. A página já chegou a pautar veículos e programas como Le Monde, Los Angeles Times, Profissão Repórter e Fantástico.

O blog apresenta números de homicídios e detalhes dos crimes que são atualizados diariamente. "A força disso é que quando o governo dizia que tinha tido um dia tranquilo, ou que a violência estava diminuindo, nós tínhamos esses dados para confrontar", explica Machado.

O jornalista, que também é repórter do Jornal do Commercio de Pernambuco, conta que já rebateu uma informação oficial, de que uma das mortes registradas no estado teria sido causada por um atropelamento, saindo assim dos índices de criminalidade. Na realidade, os dados do blog, obtidos por fontes confiáveis, afirmavam que a pessoa havia sido morta a tiros. Para confrontar a informação oficial, os blogueiros postaram o texto "Atropelado por três tiros", que gerou grande repercussão.

Para manter o blog, Machado conta com mais três profissionais na equipe e apoio da Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPE), que oferece R$ 1,5 mil de orçamento mensal para a manutenção da página.

Caminhos alternativos
Sem encontrar espaço nos grandes veículos ou patrocínio, muitos jornalistas optam por criar páginas independentes, como é o caso de Paulo Fehlauer, do blog garapa.org, coletivo multimídia, e André Deak, que mantém, ao lado de outros profissionais, o Haiti.org.br. No caso do portal sobre o Haiti, que é atualizado com informações gerais sobre o país, os jornalistas pretendem levantar uma verba para viajarem até o Haiti para cobrir o país de perto. Outra ideia é uma exposição com o trabalho dos principais fotógrafos que atuaram no Haiti.

Em todas essas investidas, os jornalistas não sabiam se teriam algum retorno ou não. "Nós sempre fizemos as coisas sem saber qual seria o retorno financeiro disso", diz Fehlauer.

Nos blogs e sites alternativos, os profissionais acreditam que conseguem fazer o tipo de jornalismo que pretendem e investir nas reportagens multimídias, um grande diferencial. Deak só não entende porque os veículos brasileiros se afastam desse tipo de trabalho. "Os jornais do Brasil não valorizam a reportagem multimídia. É uma cegueira dos chefes de redação".

Apesar de concordarem que o bom jornalismo custa caro, os profissionais criticam a cobrança de conteúdo na web. "Cobrar pelo conteúdo na internet é a vanguarda do atraso", contesta Deak.

C-se

8 comentários:

  1. Saudações!
    Que Post Fantástico!
    Amigo Sérgio, mais uma ótima materia que você nos presenteia, possivelmente, quem não atuar neste seguimento agora, encontrará dificuldades no amanhã até para fazer o nome e ou marca. Gostei muito dao artigo!
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços,
    LISON.

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  2. A verdade é que os Blogs não tem a participação da Edição de Jornais que sempre são extremamente tendenciosas.

    Adorei o post.

    Abraços

    Renan

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  3. Olá Sérgio!

    Eu também penso que sim. No entanto é um trabalho que tem que ser feito sempre por profissionais bem apoiados. Deste modo eles poderão produzir uma informação de qualidade e independente.

    Abraços
    Luísa

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  4. É isso mesmo Sérgio! Os blogs têm atingido, cada vez mais, sua devida importãncia. Tanto é que em muitas escolas de jornalismo no país há muito já se tem uma disciplina para a aproximação dos futuros profissionais com as chamadas "Novas [nem tanto] Mídias"... Nessa disciplina, uma das coisa que se aprende é a criação de blogs... Isso se dá porque muitos jornalistas consagrados do nosso país têm se dado bem com esse tipo de veículo ...

    É a mudança meu caro!

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  5. Olá Sérgio.

    Uma matéria muito boa, a que você nos proporciona.

    Quanto ao post: "atropelado por três tiros", isso é a cara da internet, tenho ressaltado esse estilo provocativo da internet.

    fico feliz com o sucesso da Campus Party, eu ajudei a divulgar, apesar de não ter participado. Outra coisa que me chamou a atenção, foi a importância do site do jornalista. Isso prova que ele é um exemplo de como fazer internet.

    Um grande abraço

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  6. Olá Sérgio!
    Que maravilha de post. Adorei ler. Penso agora, que eu deveria ter feito jornalismo, para poder me sentir segura e entrar em um desafio como este!
    Mas vou pensar na essência da coisa... quem sabe depois que eu "chorar todas as pitangas" e esvaziar o baú, não comece a focalizar mais no ponto inicial que era de meu blog poder servir de referência, de algum modo, para conscientizar e ajudar outras pessoas... Já seria muito bom! Quem não gostaria que seu blog fosse uma referência, não é?...
    Abraço, Vera.

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  7. Que post fantástico amigo Sérgio. Acredito que com um trabalho bem feito pelo jornalista ele acabe se tornando referência para muitos, não digo que muitos irão alcançar a grande mídia televisiva, mais para mim basta ser considerado um veículo confiável para os leitores já é um ótimo começo.
    Beijos.
    Márcia Canêdo

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  8. ...Mesmo responsável por um blog ( RSD ) que emite informações do tema: Arte Visual...
    ...Procuro ser informativo na maneira de blogar...Claro que uso a irreverência; que acho que o blog precisa ter pra tornar a leitura mais viral. Entretanto, vejo sua esplanação extremamente comveniênte, já que a sociedade em sua forma é que já devia estar decidindo o que tem prioridade nas questões de mídia seja por meo da mídia alternativa, ou através da voz em meio aos indiferentes políticos...Que só se preocupam quando atinge onde lhes dói...

    ...O futuro é da interatividade Total e absolutamente decisiva!

    Obrigado pelo excelente Post!!!

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