Bicicletas para desafogar o trânsito e trazer mais qualidade de vida

Mobilidade Sustentável: o papel do ciclista

A mobilidade urbana tem se apresentado como um dos grandes problemas para o mundo, sendo que a integração das bicicletas ao sistema urbano de transporte pode representar uma real possibilidade para amenização da caótica situação vivida pelos grandes centros urbanos. Um sistema de transporte ambientalmente sustentável, segundo especialistas, é aquele que não prejudica a saúde dos habitantes, ou dos ecossistemas, e responde às necessidades de deslocamentos dos habitantes com o uso de recursos renováveis abaixo dos níveis de regeneração. Algumas das vantagens que podemos observar na utilização das bicicletas como meio de transporte urbano são: maior flexibilidade que o transporte coletivo, rapidez em relação ao deslocamento feito a pé, poder circular em locais inacessíveis a outras modalidades, estacionamento rápido e sem custo, veiculo leve e limpo, requerer menos espaço e menor custo de manutenção, baixo custo de aquisição, baixo impacto ambiental e contato com o ambiente em volta.

Adotar a bicicleta como meio de transporte urbano encontra diversas barreiras como: vulnerabilidade perante os carros, causa de perigo para pedestres, o fato de sua utilização estar associada a brinquedos para crianças ou como meio de lazer e esportes para adultos, além de ser reconhecida como meio de transporte para aqueles que não tem como comprar carros.

O Brasil tem 75 milhões de bicicletas e 600 quilômetros de ciclovias. Ou seja, os ciclistas precisam travar uma batalha perigosa nas ruas e avenidas para conseguir se locomover, lutando por seu espaço com outros veículos.

Apesar de a Constituição Federal determinar que todos os municípios com mais de 20 mil habitantes tenham seu plano diretor, sendo que o mesmo deve definir tamanhos mínimos para circulação dos ciclistas, poucos são os municípios que efetivamente planejam e agem no sentido de planejar e incentivar a utilização de bicicletas.

Cidades estão preocupadas atualmente com uma política para integração das bicicletas ao seu sistema de transporte urbano.

Conforme estudo realizado pela estudante do curso de logística da Fatec, em São José dos Campos, Bianca Motta, existem barreiras físicas e viárias que impedem os ciclistas de acessar outros sistemas cicloviários ou outros setores das cidades sem se colocarem em situação de risco. A travessia de Rodovias e o tráfego de bicicletas no sistema de anéis viários das cidades não são permitidos, apesar de projetados para otimizar o tempo e a eficácia no transito.

A inclusão da bicicleta como meio de transporte não somente para atividades de lazer, mas para atendimento de necessidades como estudo e trabalho, melhorando a mobilidade urbana e a qualidade de vida da população das cidades brasileiras, é uma obrigação dos governantes em qualquer esfera de governo. A integração da bicicleta a outros meios de transporte deixou de ser apenas tema de trabalhos científicos, para tornar-se uma necessidade primordial para criação de um sistema de transporte ambientalmente sustentável.