14 de outubro de 2009

Jornalismo digital: ético ou fraude

Protesto contra a liberdade de expressão na internet

O que assessores de imprensa, empresários e executivos pensam sobre um veículo de comunicação na internet? Que é bagunça, paga que eu noticio, que não tem seriedade e ética? Se há quem faça isso, não é jornalismo. Mas o fato é que há veículos de comunicação sérios na internet e quem não sabe precisa saber disso.

Não é de hoje que veículos de comunicação digital recebem ligações e e-mails de empresários, de executivos e de assessores de imprensa pedindo para retirar matérias que foram ao ar porque é uma notícia exclusiva obtida por meio de fontes confiáveis que vai contra interesses empresariais, ou porque "não era a hora de divulgar" ou ainda "porque a empresa não queria que a informação fosse noticiada".

Isso é um absurdo. Um abuso. É preciso deixar claro que veículos de comunicação na internet devem ser tão ou mais sérios que os tradicionais de papel. A superdistribuição da informação e a multiplicação de mídias não podem ser confundidas com falta de ética por parte de pseudojornalistas e com atentado contra a liberdade de expressão por parte de pessoas que não tem nenhum compromisso com a informação.

Ser um veículo de comunicação digital requer o mesmo direcionamento editorial e ético que deve ter um veículo tradicional. Por que deveria ser diferente? Alguém já viu rasgar todos os jornais na hora em que são impressos? Não tem porque deletar uma notícia se ela está correta.

Se estiver algo errado, que corrija. Faça uma errata e deixe claro ao leitor. Mas tirar do ar uma notícia é algo inimaginável. É enganar o leitor. Este fenômeno nos traz à luz dois problemas: infelizmente existe quem retire matérias do ar e há pessoas sem consciência do que significa um jornalismo sério. Acredito que o segundo erro é decorrente do primeiro. Por isso, devemos ter atenção redobrada para que não sejamos nós mesmos os incentivadores ao ataque à liberdade de expressão digital.

Por Bruno Mello, Jornalista formado pela FACHA, MBA em Gestão de Marketing pela UFRJ e editor executivo do Mundo do Marketing, veículo digital especializado em marketing.

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